Sonar, No 018 – Gravação de áudio

Painel do Sonar X2 por Luciano Alves

Criação do ambiente para gravação

Este post aplica-se do Sonar X2 ao Platinum. Para gravar no Sonar é necessário, primeiramente, preparar a pista de áudio. Siga os seguintes passos:

1. Clique nas pequenas setas do Maximize Strip (à direita, acima da pista de áudio) ou drague a borda da pista para baixo para ampliar sua área de visualização. Outra forma de expandir a pista na vertical é clicando-se duas vezes na sua área esquerda.

2. Clique na pequena seta do campo Input (entrada), simbolizado pela letra I.

3. Na janela que se abre, escolha qual entrada da placa de áudio será usada para gravar. Se, por exemplo, você quiser gravar um baixo que está plugado diretamente na entrada esquerda da placa, selecione L (left). O texto mostrado nesta pista depende do fabricante da placa de áudio. Contudo, após o nome do driver da placa, sempre aparecerá L (left), R (right) ou Stereo (estéreo). Como o baixo é um instrumento mono, selecione uma entrada mono.

4. Caso você queira gravar áudio utilizando um mixer físico como intermediário, plugue o instrumento nele e ligue um cabo de áudio da saída L ou R do mixer à respectiva entrada L ou R da placa de áudio.

5. Para gravar vários instrumentos em uma pista do Sonar selecione no campo Input, a entrada Stereo do driver da placa. Depois veremos como gravar vários instrumentos ao mesmo tempo em pistas independentes do Sonar.

Painel do Sonar X2 por Luciano Alves

6. Observe se o campo Output (saída, simbolizada pela letra O) está endereçado para o barramento Master (saída principal). Esta é a forma correta de se trabalhar no Sonar: todas as pistas de áudio e dos instrumentos virtuais têm que ser endereçadas para o barramento Master que fica na seção de baixo do Track Pane (área das pistas) do Sonar. Por sua vez, a saída de áudio da pista Master deve ser endereçada para a saída estéreo do driver da placa de áudio. Desta forma, quando for necessário alterar o volume de audição geral do projeto, basta dragar o volume da Master (como em um mixer físico). Utilizando este endereçamento, têm-se a certeza de que nenhum instrumento ficará de fora quando for feita uma mixagem geral (Bounce final).

Teste de gravação

Após configurar a pista de áudio, faça um teste de gravação da seguinte forma:

1. Clique na letra R da pista em questão para armar a gravação e, em seguida, no ícone Input Echo (monitoração de entrada), logo à direita do R.

2. Toque o instrumento que está conectado diretamente na entrada de áudio da placa ou fale no microfone que está ligado no mixer físico. Neste ponto, a pista de áudio tem que modular, ou seja, o VU deve mostrar atividade e o som deve ser ouvido através das caixas.

3. Se o sinal do VU estiver muito baixo, aumente o botão de volume do baixo ou a saída de áudio do mixer físico. Neste caso, não adianta apenas aumentar o volume da pista do Sonar pois o mesmo serve apenas para monitorar o que está entrando. Para aumentar efetivamente o sinal é necessário incrementar o volume da fonte sonora até que o VU do Sonar fique entrando no vermelho mas nunca encostando no 0dB pois isto acarretará em clipping (saturação) que é o inimigo número um da gravação digital. Caso a sua interface de áudio seja profissional, o ganho de entrada pode ser ajustado no próprio software que a controla. Por outro lado, se a mesma não possui regulagem própria para ajuste de ganho de entrada, será necessário utilizar um mixer ou um pré-amplificador para dar ganho nos instrumentos que entregam pouco sinal. Por isso é aconselhável optar por interfaces que possuam entradas amplificadas e, de preferência, que disponibilizem, também, phantom power para “alimentar” os microfones a condensador com 48 volts.

4. Uma vez solucionado o problema dos níveis de entrada, clique com o mouse no botão de Record ou tecle R. O Sonar começa a gravar e a mostrar o resultado graficamente na área de gravação (Record Pane) que fica à direita. Se a onda representativa da gravação estiver muito miúda no sentido vertical, pare a gravação com a barra de espaço do teclado e aumente o volume no botão do instrumento ou incremente o ganho no Painel de Controle da placa de áudio ou, ainda, a saída do mixer físico. Coloque novamente para gravar e veja se o nível do VU está entrando no vermelho mas sem clipar.

Estes esclarecimentos podem parecer um tanto básicos para os usuários feras do Sonar. Inclusive, já dissertei sobre esses tópicos diversas vezes na coluna do Sonar (revista Áudio, Música & Tecnologia). Mas, não estou tratando aqui, apenas, da configuração de uma pista para gravar. Nas entrelinhas, estou fornecendo dicas (que podem valer para todos os usuários) relacionadas a metodologias eficientes de trabalho com o Sonar. Uma vez que uma pista está regulada corretamente, a mesma servirá para gravar diversas fontes sonoras sem que seja necessário começar tudo do zero novamente. Nas próximas gravações bastará apenas pequenas regulagens de nível pois as configurações trabalhosas já terão sido executadas.

Se você clonar nove vezes uma pista padronizada, terá um ambiente de gravação de dez pistas totalmente preparado e endereçado. Se necessário, crie várias pistas com entradas diversificadas (L, R, Stereo). Este projeto pode virar um padrão para futuras gravações. Na verdade, passei muito tempo criando padrões no Sonar até chegar ao ponto de não necessitar iniciar nenhum projeto do zero. Este procedimento proporciona muita economia de tempo.

Boas gravações e sequenciamentos.

Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro “Fazendo Música no Computador”. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br) que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.

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