Instrumentos virtuais SI do Sonar por Luciano Alves

Panel do Sonar com Sound Center por Luciano Alves

Confira a análise dos plug-ins de instrumentos virtuais do pacote SI na seção Artigos aqui do site: 

  • SI-Bass Guitar
  • SI-Electric Piano
  • SI-String Section
  • SI-Drum Kit7 

Introdução

A Cakewalk vem produzindo plug-ins de instrumentos virtuais há muitos anos. A cada nova versão do Sonar, a empresa disponibiliza novos instrumentos da categoria sample-player ou de emulação por algorítmos. A partir do Sonar X1 os usuários ganharam o Studio Instruments Suite (SI) que vem a ser uma central de instrumentos virtuais da tecnologia sample-player muito eficiente e fácil de utilizar. Devemos considerar que nesta categoria, a Cakewalk compete com os aclamados Kontakt, Halion, Sample Tank, etc. os quais representam o que há de mais avançado em termos de soft synths. 

Análise

Minha primeira impressão ao investigar os instrumentos do SI não foi das melhores pois trabalho com sample-players e instrumentos físicos há muitos anos. No entanto, ao considerar os recursos de equalização, pan, reverber e compressão disponíveis no SI, seus instrumentos podem ser providenciais na fase de composição e nas produções mais urgentes. O único grupo de instrumentos que realmente impressiona é o SI-String Section pois as cordas são muito reais e possuem um estéreo surpreendente.

Atualmente, devido à sua praticidade, utilizo o SI como ponto de partida para as produções “a jato” e o mesmo tem sido um bom substituto do TTS-1 (Roland / Cakewalk) para iniciar projetos. Posteriormente, substituo quase todos os sons do SI por programas mais profissionais provenientes de diversos sample-players como, por exemplo, do Dimension Pro (da própria Cakewalk). Esta prática é muito comum no universo da pré-produção via MIDI: muitas vezes iniciamos o sequenciamento de uma nova música utilizando determinados instrumentos provisoriamente. Na fase da criação não vale a pena comprometer a fluência das ideias musicais para “catar” sons espetaculares. O mais importante é a própria composição. A orquestração é um processo posterior. Estando as partes da música totalmente fechadas, aí sim, é hora de iniciar a escolha dos melhores sons para cada instrumento (orquestração informatizada). No meu caso, muitas vezes os sons do SI acabam virando os “oficiais” em algumas músicas em virtude de adaptarem-se bem em certas situações.

No SI ocorre um fenômeno idêntico ao encontrado no Dimension Pro: alguns sons são tão reais que até soam estranhos, pois foram sampleados incluindo as respectivas “sujeiras”. E, são justamente estas “impurezas” que podem nos ajudar a obter um resultado mais humanizado nas produções via MIDI.

A partir da década de 1990, com o advento da música produzida digitalmente via MIDI, a limpeza exagerada passou a ser o padrão e, infelizmente, todos aderiram à esta nova estética. Passamos mais de uma década sequenciando as peças da bateria como se as mesmas fossem instrumentos isolados. Os sons de baixo sampleado disponíveis eram cristalinos demais e não apresentavam as sujeiras da palhetada e da trastejada. Felizmente, de alguns anos para cá as produções mundiais estão dando uma guinada de volta às sonoridades mais naturais. Na realidade, em um kit de bateria, o som do bumbo traz consigo o vazamento da esteira da caixa que vibra por simpatia em determinados harmônicos. O som do bumbo real é composto por vários sons provenientes dos vazamentos que ocorrem entre os microfones que estão captando as peças da bateria. O som do baixo real não apresenta apenas o resultado da nota executada. Ele vem misturado com os ruídos do trastejamento, da ponta do dedo nas cordas, etc. Se você testar os sons do SI um a um, irá reparar que muitos possuem esta mistura natural. 

Instrumentos do SI

O SI disponibiliza quatro instrumentos básicos necessários à maioria das produções: baixo, bateria, piano elétrico e cordas. Os instrumentos podem ser inseridos no projeto através do Menu – Insert – Soft Synth – SI (Bass Guitar, Drum Kit, Electric Piano, String Section).

A interface gráfica destes instrumentos possui um design bem apelativo para agradar aos usuários além de oferecer acesso imediato à diversos parâmetros como equalização, volume, pan, compressor, etc.

Para aqueles que não sabem compor do zero o SI possibilita montar a música através dos Patterns (loops) de baixos, pianos, baterias e cordas. Para tal, escolha um Pattern e arrante-o com o mouse para os campos do Pattern Grid (abaixo e à esquerda do painel do synth) e combine-o com outros loops dos demais instrumentos do SI.

Por outro lado, pode-se inserir muitos instrumentos do SI a partir do Cakewalk Sound Center (central de sons da Cakewalk) acessando o Menu – Insert – Soft Synth – Cakewalk Sound Center. Esta opção disponibiliza inúmeros instrumentos virtuais com uma interface muito bem organizada por categorias. Estas duas opções de kits de instrumentos estão interligadas, embora apresentem interfaces diferentes. Em ambos os casos, os sons não estão disponíveis instantaneamente, ou seja, precisam ser carregados para a memória do computador (como em todos os instrumentos desta categoria). Afinal, são instrumentos sampleados (gravados digitalmente de fontes reais). 

Dica: Para carregar um instrumento específico após inserir um SI clique no campo PRG (program) ou no campo à sua direita e escolha um som. Já no Cakewalk Sound Center é necessário clicar duas vezes com o botão esquerdo do mouse sobre o nome de um programa (linha do Program) que desejar carregar. O Sound Center foi desenhado para aqueles que compõem da forma tradicional (sem utilizar loops) e que necessitam de uma central que contenha todos os sons necessários à orquestração pop, eletrônica ou clássica.

Na seção Artigos aqui do site, descrevo todos os instrumentos que compõem o SI e o Cakewalk Sound Center e forneço alguns detalhes relevantes sobre suas aplicações. Teste minhas observações e sugestões em suas produções. Estamos tratando de tecnologia aplicada à música: cada músico ou produtor tem um gosto peculiar e, justamente isto é que torna o universo da música tão interessante.

Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro “Fazendo Música no Computador”. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br) que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.

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