A história dos teclados (versão resumida)

Luciano Alves no estúdio CTMLA

A história dos teclados (versão resumida)

Publicado em Música e Tecnologia, nº 45 (maio-junho 1994, p.70-73) e nº 46 (julho-agosto 1994, p.64-68)

Os primeiros sintetizadores

Mini Moog Model D (Moog), ARP 2600 (ARP), Mini Korg (Korg)
No fim dos anos 1960, progrediam as experiências com sintetizadores modulares que utilizavam circuitos controlados por voltagem, desenvolvidos pela Moog, ARP e Bulcla. Em 1970 foram lançados os primeiros sintetizadores monofônicos analógicos de pequeno porte. Nestes instrumentos, o som é produzido por intermédio de circuitos eletrônicos, os osciladores, que utilizam transistores.

Sintetizadores analógicos polifônicos com microprocessadores incorporados

Memory Moog (Moog), Prophet V (Sequencial Circuits)
No princípio da década de 1980, foram lançados os sintetizadores analógicos polifônicos, controlados por microprocessadores. Estes instrumentos passaram a utilizar a tecnologia dos chips, a qual permite que operações complexas sejam memorizadas, além de reduzir o peso e o tamanho do aparelho.

Sintetizadores analógico/digitais

ROLAND JX8P e JD800, OBXA, Matrix 6, Matrix 1000 (Oberheim)
Instrumentos que geram som a partir de circuitos analógicos mas são depois processados digitalmente, podendo-se editá-los e arquivá-los em diversos bancos da memória interna do mesmo, em fita K7 ou em outros tipos de dispositivos.

Sintetizadores FM

DX 7, DX 7 II, DX 21, FB01, TX 81Z, V50 (Yamaha)
A partir de 1990, a Yamaha introduziu no mercado, instrumentos FM com versão mais sofisticada chamada Advanced FM (AFM). Instrumentos como SY 22, SY 55, SY 77 e SY 99 são baseados nesta tecnologia e misturam ainda sons sampleados a 16 bits em ROM. A geração de som tipo FM consiste, basicamente, na produção de uma onda senoidal digital, que modula outra onda com as mesmas características da primeira. A moduladora recebe a designação de modulator, e a modulada passa a ser a carrier.

Sintetizadores LA (linear arithmetic)

D 20, D 50, D 550, D 70 e MT 32 (Roland)
É um tipo de síntese subtrativa, que utiliza até quatro elementos para a produção de um som. Este tipo de tecnologia foi introduzida pela Roland, no teclado D50. Este instrumento combina takes de aproximadamente 200 milisegundos de 100 sons previamente sampleados (PCM em ROM), com sons sintetizados do mesmo tipo de oscilador que o do JX8P.

Sintetizadores VS (vector synthesis)

Prophet VS (Sequencial Circuits), Wavestation (Korg)
A tecnologia VS foi desenvolvida a fim de possibilitar maior interação entre as formas de onda disponíveis em um instrumento. Baseia-se na gravação ou seqüenciamento por intermédio do joystick, passando-se de uma forma de onda para outra e variando assim, a sonoridade de um Patch. O resultado sonoro dos instrumentos que utilizam a tecnologia VS pode ser comparado a uma avalanche de timbres.

Samplers

S-50, S-330, S-550, W-30, S-770 (Roland), E-mu Emax HD, E-mu Emax II (Emulator), EPS (Ensoniq), S 1000 (Akai), TX 16W (Yamaha), Dynacord ADS (Dynacord)
Instrumentos, racks ou módulos que gravam digitalmente qualquer informação sonora aplicada na sua entrada de gravação. A faixa de freqüência (Audio-Frequency Bandwidth) dos sons sampleados digitalmente é determinada pelo sample rate, ou seja, o número de vezes por segundo que o som é sampleado.

Teclados e instrumentos modulares multitimbrais

Proteus 1XR, Proteus II (E-mu), M1, M1R, M3R (Korg), MT 32, MT 100, MV 30, D70, (Roland), K4 (Kawai), TG 77 e SY 77 (Yamaha)
São instrumentos ou módulos que recebem em vários canais de MIDI simultaneamente, endereçando-se cada som para uma saída de áudio separada ou para a saída estéreo. O número de vozes disponíveis é distribuído conforme o número de notas que forem executadas em um canal de MIDI. No presente, praticamente todos os instrumentos de teclados, módulos e placas são multitimbrais.

Placas (interfaces) com som próprio

RAP-10, SC-7, SCC-1 GS (Roland), Sound Blaster Pro ASP (Creative Labs), Pro Audio Spectrum (Media Vision)
Devem ser instaladas em um dos slots do micro, e possibilitam grande versatilidade já que os sons dos instrumentos ficam embutidos. Desta forma, pode-se fazer uma apresentação de multimídia sem a necessidade de acoplar teclados ou módulos externos. Há no mercado placas que utilizam tecnologia LA, FM e Sampler. Esta última funciona como um sample player, ou seja, executa sons previamente sampleados em 44,1 ou 48 kHz em 16 bits. Em termos de fidelidade, esta é a única forma recomendável para se obter bons resultados diretamente do computador.