Sonar, No 020 – Sequenciando com instrumentos virtuais (2)

Instrumentos de cordas do Sonar

Este post aplica-se ao Sonar X2 até Platinum. No Artigo 019 vimos o quanto é importante criar um arquivo padrão para sequenciar com instrumentos virtuais. E, para criar um arquivo padrão contendo vários synths é necessário estabelecer uma ordem de entrada dos instrumentos nas pistas do Sonar de acordo com o tipo de música que você mais trabalha.

Caso você utilize mais sons acústicos do que eletrônicos insira, primeiramente, samplers e sample-players. Se for música eletrônica insira os synths simuladores de sintetizadores analógicos. A ordem influi apenas na facilidade para encontrar o que você deseja mais rapidamente. Para exemplificar vamos inserir, a seguir, sample-players e simuladores de teclados analógicos:

1. Crie um novo arquivo no Sonar através do Menu – File – New. Lembre-se que antes de criar um New, é aconselhável utilizar a opção Store Project Audio in Its Own Folder (guardar áudios do projeto em sua respectiva pasta). Apesar de estarmos criando um padrão para sequenciar MIDI, volta e meia precisaremos fazer um bounce (mix) para que o material sequenciado seja passado para uma pista de áudio. E, para que este áudio não fique largado em qualquer diretório do HD é necessário habilitar a opção “Per Project” que guarda os áudios na pasta denominada Audio, subjugada à pasta que contém o nome do arquivo criado. Por default, o arquivo New possui apenas duas pistas (uma de áudio e uma de MIDI), além do barramento Master que fica em baixo.

2. Salve este arquivo New com o nome “Padrão.cwp”.

3. Marque as duas pistas e apague-as do projeto. Para começar queremos um arquivo vazio como mostra a imagem a seguir.

4. Insira um instrumento baseado em samples como, por exemplo, a bateria Session Drummer 3. Na janela Insert Soft Synth Options marque MIDI Source (origem MIDI) e First Synth Audio Output (só a primeira saída de áudio do synth). Logo após a Session Drummer 3 ser inserida, carregue um de seus kits de bateria. Lembre-se: instrumentos baseados em samples de muita qualidade (alta resolução) não disponibilizam sons automaticamente. Portanto, é sempre necessário carregá-los. Abaixe o volume da pista da Session Drummer no Sonar pois esta bateria tem muita pressão sonora! Toque no botão de play da Session e ouça o resultado. Não deixe o volume da pista ou da Master do Sonar clipar (saturar). Para preparar um bom padrão, os níveis de cada instrumento inserido devem ser regulados de forma que estejam entrando no vermelho mas nunca atingindo o 0dB. 

Se você quiser criar um padrão que já possua as saídas independentes de áudio desta bateria selecione, na janela Insert Soft Synth Options a opção All Synth Audio Outputs Stereo (todas as saídas estéreo de áudio do synth). Assim você terá 16 saídas independentes. O sequenciamento será feito através da única pista de MIDI criada na inserção da bateria. No mixer da Session Drummer (imagem a seguir) enderece as saídas de áudio para as pistas separadas do Sonar. 

Observe as saídas separadas de 1 a 12 na imagem acima. Desta forma, a Session Drummer será utilizada com todo seu potencial multitimbral. Já escrevi bastante sobre a propriedade multitimbral dos instrumentos profissionais. Se você não estiver apto a administrar os recursos do modo multitimbral, use a Session Drummer com apenas uma saída. O inconveniente, neste caso, é que você não poderá equalizar ou colocar efeitos em peças separadas da bateria pois a sua saída de áudio terá todos os instrumentos misturados. Os níveis das peças, afinação e pan podem ser ajustados no próprio mixer da Session mas não a equalização e os efeitos. Uma solução prática para este problema é passar cada peça para áudio solando-as no mixer da Session e fazendo bounces para novas pistas de áudio do Sonar. Por outro lado, estando em áudio, você perde a flexibilidade da criação via MIDI. Conclusão: vá trabalhando em MIDI, com apenas uma saída e faça os bounces para pistas de áudio individuais somente quanto não tiver mais nada a consertar na batida que você sequenciou. Este é o grande truque para aqueles que não desejam utilizar saídas múltiplas.

Até aqui temos uma boa bateria instalada e preparada no novo padrão. Mas, se você desejar ter mais opções de peças de bateria insira, também, a SI-Drum Kit. O Dimension Pro que vem junto com o Sonar também possui kits de baterias para diversos estilos musicais. Se quiser inserir baterias de outras fábricas (Native, Giga, etc.), tudo bem. Até uma nova instância da própria Session Drummer 3 com um novo kit carregado pode ser inserida. Assim, após sequenciar um groove (ou mesmo apelar para um loop de MIDI pronto), basta alocar ou colar o clipe de MIDI nas pistas de cada uma destas baterias e escolher qual produz o melhor som.  Os processadores dos computadores atuais suportam muito bem estes “exageros”.  

Para que você mantenha absoluto controle do seu universo de baterias, atribua nomes bem lógicos às pistas dos instrumentos que você estiver inserindo. Por exemplo: Bat Session Caixa, Bat Session Bumbo (para as pistas da Session Drummer); Bat Dim Caixa, Bat Dim Bumbo (para as do Dimension Pro), etc. Lembre-se que as pistas criadas para cada uma destas baterias podem ser agrupadas em pastas através dos comandos Insert Track Folder e Move to Track Folder (clicando com o botão direito do mouse em cima de uma pista de MIDI). Estes são procedimentos que facilitam a administração de arquivos que possuem muitas peças de baterias diferentes. A outra solução é utilizar o recurso Drum Maps do Sonar no qual é possível administrar várias baterias incluindo as eletrônicas externas. Com o Drum Maps podemos endereçar qualquer nota sequenciada para qualquer peça de bateria que desejarmos.

5. Continue inserindo outros synths virtuais com saídas únicas ou múltiplas até o seu padrão conter todos os instrumentos que você utiliza normalmente (baixo, piano, órgão, cordas, leads, camas, etc.). 

6. Para iniciar novos projetos a partir do padrão criado, abra o arquivo Padrão.cwp. Salve-o com o nome da nova música e comece a trabalhar. 

 

No próximo Artigo, mais sequenciamento e produção musical utilizando os sintetizadores e samplers virtuais do Sonar. 

Luciano Alves é pianista, tecladista, compositor e autor do livro “Fazendo Música no Computador”. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano
Alves (www.ctmla.com.br) que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.

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